Amanhecia
os raios de sol já entravam pelas frestas da velha janela anunciando a chegada
de um novo dia.
Mas
para mim era tudo tão igual, não percebia as bênçãos que Deus derramava sobre
todos através daqueles raios de sol, que traziam calor e esperança no coração
de muitos.
Para
mim o dia não era novo, tudo me parecia muito velho, antigo, sem nenhuma
possibilidade de mudança. Os raios de sol ao invés de me animarem pelo
contrário me irritavam, pois pareciam mais uma cobrança para que eu vivesse,
saindo de dentro de mim mesmo e entregando-me a uma nova luta.
Eu me
sentia nublado, simplesmente nublado, cinza, nem chuva tinha, pois a chuva
caindo mansa traz afagos em nossa alma, aconchego. Eu não me permitia sentir
afagos na alma, eu não, comprazia-me em tristes recordações, fazia questão de
me amofinar em minhas lembranças.
Assim
quando menos eu esperava fui visitado por cruel doença que em pouco tempo
consumiu minhas forças.
Então
tardiamente, olhei em volta de mim, reparei no mundo em que eu vivia, e percebi
o quanto eu o amava.
Como
era importante aquelas pessoas que de minha vida faziam parte, como era lindo o
amanhecer com os raios de sol que me aqueciam e como era triste para mim a noite, que representava o fim de tudo, queria logo dormir para outro
dia assistir amanhecer.
Então,
enchi-me de esperança, haveria de recuperar a saúde, não me cansaria de
acarinhar a mãezinha querida e de apoiar o pai autoritário, mas que muito me
amava. Sairia a luta de meus antigos ideais e esperaria um novo amor, afinal
havia jogado minha saúde fora por causa de uma desilusão.
No
entanto, tarde demais, ouvi os sábios conselhos de meus pais, tarde demais dei
valor à vida e cedo demais, bem antes do tempo que havia sido determinado na
espiritualidade, desencarnei.
Era
óbvio que fui um suicida, não como a maioria que num só ato tresloucado tira a
própria vida, mas fui minando minha vida aos poucos, desejei a morte em meu inconsciente
e egoisticamente achei que só eu sofria, que nada nem mais ninguém valia a pena
e tarde demais senti amor pela vida.
Perambulei
muito tempo pelo Umbral, carregado de remorso, não aceitando que Deus não
tivesse me restituído a saúde, demorei em cair em mim, os meus pulmões
estavam muito afetados, não tinha como recuperá-los e que este fato só se
devia a mim. Então, finalmente, caí de joelhos e com lágrimas que inundavam o
meu rosto, implorei o perdão do Criador.
Algum
tempo depois, quando de tanto chorar adormeci, recebi a visita de um amigo
querido. Eu não sabia, mas era antigo conhecido de outras vidas, ele me acolheu
em seus braços, num abraço que renovou minhas forças e me disse: “Finalmente
meu irmão, você acordou, vamos temos um caminho mais ou menos longo até a sua
total recuperação”.
Haviam
se passado dez anos do dia do meu desencarne, dez anos eu demorei para cair em
mim e perceber o quando eu havia sido egoísta.
Bem, isto faz muito tempo, desencarnei no ano de 1637, em 1647 iniciei meu retorno à
evolução, trabalhei assim que me recuperei em vários setores, retornei à Terra
em 1800 desencarnando com apenas vinte e cinco anos desta vez vítima da mesma
doença da encarnação anterior, só que desta vez a peguei cuidando dos
infortunados vítimas da escravatura.
Retornei em 1900 quando trabalhei pela democracia, sendo médico procurei levar
conforto aos mais desfavorecidos da sorte, desta vez desencarnei aos sessenta
anos, desde então, estou aqui tentando resgatar minhas dívidas para com a
humanidade através dos trabalhos socorristas e há quarenta anos além de minhas
obrigações corriqueiras quando sobra um tempinho passo algumas psicografias. No
intuito de espalhar o amor de Cristo entre os encarnados e também lembrar que o
AMOR sem orgulhos ou egoísmos é o único caminho para a evolução.
Escolhi
continuar com o nome e aparência da encarnação que cometi o maior crime que se
pode cometer o auto suicídio, para jamais me esquecer o quanto sou imperfeito.
Fiquem
na paz do Senhor e espero que através de meu exemplo, vocês deem mais valor à vida e às bênçãos do Pai, que não chorem como eu a oportunidade perdida.
Ditado
por João de Albuquerque
psicografado
por Luconi
em 06-07-2012
Que maravilha de mensagem desse espírito que quer ajudar a todos,através de sua história... beijos,tudo de bom,chica
ResponderExcluirMarcia,não conhecia a história de João de Albuquerque.Adorei e tem mesmo muito a nos ensinar!bjs e meu carinho,
ResponderExcluirLuconi, querida, que lição de vida e pós vida! Esse relato nos mostra o valor da vida. Muitas vezes só damos valor quando a perdemos.
ResponderExcluirFiquei muito feliz ao encontrar seu comentário. Quis respeitar seu tempo, por isso não escrevi antes. Continuo minhas preces por vcs. Uma forma de driblar a saudade é dedicar-se ao trabalho em favor de outras pessoas q sofrem. Todos os relatos q li aconselham isso. Estou ao seu lado para o q precisar, se quiser escreva por E-mail, leio-os todos os dias. Amiga, q Jesus te abençoe muito. Muita paz!
Uma linda mensagem amiga. O auto abandono e morte em vida que muitos se entregam.
ResponderExcluirÉ preciso acordar para a vida que nos foi dada e valorizar cada instante.
Que saibamos entender e viver pelo bem e por amor proprio.
Um carinhoso abraço amiga.
Fé e paz com Deus no comando sempre.
Beijo.
Olá, Lucone. Boa noite! È uma mensagem nos mostrando o valor da vida. Exemplo de fé, iluminação e amor. Um ser de luz! Obrigada pela partilha. Agradeço também sua carinhosa visita. È um prazer recebê-la! Muita luz e paz pro seu coração. Estarei passando por aqui! Linda mensagem. Beijos!
ResponderExcluirMeus pais sempre disseram: "Ah se eu soubesse o que sei agora na minha juventude."
ResponderExcluirMas é assim mesmo que funciona a vida. Isso é injusto...
Beijocas, minha amiga linda!
que história comovente...
ResponderExcluirLucone, agradeço imensamente sua presença no meu espaço.
Fez um enorme bem pra mim conhecer o seu blog.
Fiquei lendo e refletindo sobre minha vida.
Foi importante esta leitura, pode ter certeza.
deixo o meu carinho sincero pra vc.
bj.
que lindo depoimento,ainda mais num momemto de dor em que passo pelo suicidio de meu marido,serve como um consolo e esperança que DEUS o perdoe.
ResponderExcluirhá um certo tempo tive depressão e fiquei por mt tempo pensando em me matar, então comecei a ver textos espiritas q me fizeram mudar de ideia, desde então tenho tentado me focar no amor de Deus e na sua justiça, porém, agora estou correndo risco de ser condenado à prisão por ter plantado maconha (coisa q somente pelas leis humanas eh considerada crime), e estes pensamentos voltaram à minha cabeça, mas dessa vez eu estou mais crente na Lei do amor de Deus e mesmo se eu for condenado vou seguir firme na fé, pq sei q td isso passará um dia. Para quem passa por situação semelhante recomendo q escute musicas q falam sobre o amor q Deus tem para com nós, pode ser música evangélica, música católica, reggae rastafari ou música sacra barroca, o importante é saber q a lei d Deus prevalecerá sobre a lei humana e q os justos terão seu devido lugar num futuro não tão distante.
ResponderExcluir