Lá
vinha ele, a aparência tão cansada, os olhos com uma luz tão especial, era a
luz da esperança, de uma fé ímpar que era a sua força. Fiquei parado, olhando-o
com um sorriso em meus lábios tão espontâneo, que alegria recebê-lo, dar-lhe
finalmente um forte abraço e poder ampará-lo neste recente retorno à verdadeira
vida.
Ele
foi se aproximando, amparado por alguns amigos, que tão bem o conheciam, na
minha frente pararam e eu então o saldei.
_Meu
grande amigo, que felicidade em receber um irmão vitorioso- falando isso o
abracei com todo o carinho que por ele sentia, carinho de um elo fraterno
criado em era distante e alicerçado no decurso de nossa luta pela evolução.
Ele
recebeu o abraço sem jeito, parecia envergonhado e eu não pude deixar de falar.
_Meu
amigo, sei que ainda não se lembra de mim, normal que não te sintas à vontade.
Vamos continuar o caminho e logo receberás o socorro necessário para recuperar
suas forças e com certeza as muitas dúvidas que tens serão com o tempo
esclarecidas.
Fiz
menção para continuarmos a caminhada, mas ele continuou parado e me olhando nos
olhos disse:
_Por
acaso está me confundindo com alguém? Por que devo ter desmaiado e quando
acordei já estava sendo levado por dois moços em uma maca, pensei serem
enfermeiros, mas ao lado da maca estava meu pai e minha irmã, ora eles já
faleceram, então pensei estou sonhando, e se sonho posso então me levantar,
pensei e os enfermeiros pararam puseram a maca no chão e meu pai me disse se
conseguir levanta e me dá um abraço, fiquei tão feliz que quando dei por mim o
abraçava e a minha irmã também. O sonho então continuou e começamos a caminhar,
mas de uma forma estranha, eles me envolveram e parece que voei com eles um bom
pedaço e de repente vimos o senhor ao longe, então voltamos a caminhar
normalmente, nos aproximamos e eles pararam de caminhar e minha irmã me disse,
que não é um sonho, que é real e eu ia entender tudo.
Fiquei parado olhando para ela e lembrei-me do
acidente e então minha cabeça voltou a sentir aquela dor aguda e rápida, e meu
pai colocou a mão em minha testa e me pareceu que rezava, melhorei e andamos
alguns passos e o senhor me abraçou.
Bem, os enfermeiros socorrem a qualquer um, meu pai e minha irmã me abraçariam
sempre estivesse eu do jeito que estivesse, mas o senhor está com esta roupa,
que é simples ao mesmo tempo em que não é, pois a calça e a camisa de um tecido
tão leve e de um azul tão claro que parece que alumia e se percebe que é uma
pessoa culta.
_Meu
amigo, sou tão culto quanto você, nada tenho a mais.
_Ora,
veja minhas mãos calejadas pela lida na roça, as roupas grosseiras, as botas
velhas e já furadas, meu nada tenho além do ranchinho que para sobreviver
sempre tive que trabalhar lá e nas roças vizinhas, mais nas roças dos outros do
que no ranchinho, lá minha mulher Ana que lida, coitada está como eu. Estamos
acostumados, o povo da cidade, de nós tem dó, mas não gostam de nos receber,
nosso lugar é na roça, lá não precisa falar direito e nem roupa boa, lá o povo
é igual a mim e a Ana, e os pássaros e os outros bichos nos faz companhia. Então,
senhor, não quero que se engane a meu respeito, sou trabalhador honesto e só,
este lugar é muito bonito para mim.
_Meu
amigo, eu o olho e vejo a luz que o envolve, vejo várias coisas: a tua luta
limpa, todos os teus sacrifícios para por o pão na mesa de tua prole, o teu
respeito e carinho para com tua companheira, a tua paciência com os pequenos e
grandes erros de teus filhos, sempre abrindo-lhes os olhos, mostrando o certo e
o errado, ensinando a eles o valor do trabalho honesto, a importância de estar
em paz com a própria consciência, que não importava a maneira dos outros agirem
conosco o que importava era a nossa forma de agir com os outros, que todo ser
vivente sempre tem um lado bom, por mais que só o mau teimasse em aparecer, era
só procurar e por fim nunca você fechou a sua porta ou negou lugar à sua mesa
para quem estivesse com frio ou fome. Cometeste erros como todos os cometem,
mas assim que caía em si procurava de uma forma ou outra remediar a situação,
não foste santo, mas soubeste semear flores em teu caminho.
_Ora
homem, isto tudo que o senhor disse aí, é obrigação de cada um, obrigação de
todo filho de Deus, meu pai, que até está aqui, sempre disse isto, ninguém
merece recompensa por cumprir com a sua obrigação.
Nestas
alturas, não aguentei, comecei a rir, este era o meu amigo, espontâneo, simples
e bom, exatamente como era em eras distantes antes de permitir que as ervas
daninhas dominassem seu espírito, que lindo tesouro havia acumulado e o melhor
de tudo é que não se dava conta disso.
Voltei
a abraçá-lo: _Você não imagina o quanto ensina através do exemplo de sua vida.
Mas vamos que ali já está o prédio do pronto socorro, você precisa se
recuperar.
_Mas
e os outros? Estávamos em dez no caminhão.
_O
motorista e outros seis companheiros se salvaram, outros dois colegas seus
estão sendo socorridos e estão a caminho também do pronto socorro de
recuperação, fique tranquilo.
Assim
entreguei meu amigo aos cuidados dos irmãos encarregados, sabia que em poucas semanas
ele estaria pronto para conversarmos e aos poucos suas lembranças voltariam e
novamente traçaríamos metas de trabalho.
Fui
caminhando e lembrando as palavras de Jesus:
“Qualquer
que a si mesmo se exalta, será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha,
será exaltado”. (Lucas 18:14)
“Deixai
vir a mim as criancinhas e não as impeçais, porque o Reino de Deus é daqueles
que se parecem com elas”.( Lucas 18:16)
Este
é um conto real, meu amigo já se encontra atualmente em árduo trabalho na
crosta terrestre, mas acredito que só o conto dispensa qualquer comentário meu,
só para elucidar a luminosidade que ele quando chegou viu em mim é bem menor do
que a que ele conseguiu em sua última encarnação terrena, mas ele não a mostra,
prefere quase apagá-la, e quando questionado responde:
“ Temos que usar roupa de lavrador para
trabalhar de igual e igual com nossos irmãos, afinal todos somos lavradores, as
roças a serem capinadas e adubadas antes da semeadura são incontáveis,
deixemos a roupa de festa para o dia que todos os lavradores a usarem".
Este
é o meu amigo.
ditado
por Áspargos
psicografado
por Luconi
14-08-2014
Nooooooooossa, que lindo conto real e deu pra perceber o brilho que havia nele, tantas vezes escondido! Lindo! bjs, chica
ResponderExcluirQue lindo amigo vc tem,Luconi! E que história maravilhosa contando seu retorno ao plano espiritual. Gostei muito! bjs e ótima semana,
ResponderExcluirBoa noite Luconi.
ResponderExcluirO acaso me trouxe aqui, isso é se realmente foi o acaso.
Estive no blog da Natália e me deu uma vontade de aqui está, fiquei impressionada com o relato, realmente só levamos dessa vida o que plantamos, espero também ter um reencontro com quem partiu e ser merecedora de um bom lugar, mas espero que Deus ainda me de mais uns anos de vida rsrs.
Um bonito blog, voltarei mais vezes.
Uma feliz semana.
Abraços.
OI LUCONI!
ResponderExcluirMUITO LINDO, UM CONTO REAL, UM RELATO DE PURA LUZ.
ABRÇS AMIGA
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
O que eu mais gosto é saber que um dia todos nós livres dessas amarras iremos nos encontrar novamente, poder abraçar nossos entes queridos, ter essa esperança me faz feliz ...
ResponderExcluirBelo relato Luconi,
Beijos
My
Com meu carinho de sempre venho agradecer
ResponderExcluiras palavras reconfortantes deixadas no meu blog.
Tudo isso me leva pra frente dizendo
continue ainda existe quem te quer bem do outro lado da telinha.
Ando protelando meu afastamento por
conta de pessoas tão importantes para mim como você é ,
a um longo tempo caminhando comigo.
Eu sou humilde demais , eu amo demais ,
eu me envolvo demais , eu luto demais ,
talvez seja essa garra que deixa
gente brava outras feliz e tão contente.
Hoje venho te pedir uma gentileza.
Apesar dos meu quase 10 anos de blog
por algumas vezes termino entrando
em alguma coisa , que me deixa feliz em participar
a mais de 5 anos deixei de participar de tudo nos blogs
por perder o encanto por muita coisa.
Veio o convite eu fui tentar ser poeta por um dia
hoje peço seu voto
se achar que meu poema vale seu voto.
Nome do meu poema?
"Você é minha Poesia"..
Endereço para votar.
http://ostra-da-poesia-as-perolas.blogspot.com.br/
È complicado pra mim pedir voto,
pois sempre achei que merece ganhar sempre
todos os pemas.
È lindo mesmo que seja um único pensamento.
Caso for votar é votar e confirmar seu voto
é complicado ,
mais acredito no seu potencial de
votar e de escolher.
Um abraço cheio de carinho.
Evanir.
PS.Quando terminar farei uma
postagem como o nome de todos amigos
que confiaram em mim seu voto.
Miha amiga querida, Luconi.
ResponderExcluirGosto muito destes relatos, pois tem como finalidade mostrar que a vida continua, e faz com que a chama da esperança se mantenha sempre acesa nos corações. Um relato emocionante.
Beijos, Élys