Não
fui perfeita, não fui santa, estive longe de ser aquilo que um dia me propus.
Não
alcancei as metas há tanto tempo traçadas.
Deixei-me
levar pela inconstância dos sentimentos que povoavam os meus dias.
Acreditei
lutar a mais justa das lutas, mas tarde demais percebi que era só ilusão. Os
ideais eram belos, mas por detrás dos idealistas existiam interesses bem
diversos àqueles ideais.
Eu
não percebi, era cega e surda a razão, para os meus ídolos eu sempre tinha uma
boa desculpa, até que no final usei o velho chavão os fins justificam os meios,
passando por cima de meus verdadeiros valores.
É
antes tivesse sido uma anônima, aquelas que eu tanto desprezava por achá-las
acomodadas à situação injusta sem nada fazerem. Aquelas tais anônimas, muitas
plantavam sementes de amor, cultivavam a paciência e não se afastavam de seus
valores, dignificavam seus lares e suas consciências não precisavam arrumar
desculpa nenhuma para se calarem, pois estavam em paz.
Elas
sofriam toda consequência da sociedade injusta, mas pacienciosas sabiam ser a
estaca principal de seus lares. Davam a seus lares o alicerce firme e nem
sempre tinham um companheiro que as valorizavam e as acompanhavam nos
sentimentos nobres.
Mas,
mesmo assim, elas persistiam magoadas, cansadas, injustiçadas, não deixavam
transparecer, pois o amor que sentiam e a fé eram bem maiores que qualquer
ferida de seus corações. Partiram, fizeram a grande viagem, julgando-se um
nada, com chuvas de pétalas de rosas foram recebidas e elas ainda achavam que
não mereciam.
Eu?
Uma revolucionaria que serviu de instrumento útil na mão de quem soube usar a
minha paixão por justiça, paixão cega, acabei ajudando a levar ao poder quem
tanto mal ao povo, que eu defendia, fez.
Eu?
Descobri tarde demais em vida que havia me enganado e como quem planta colhe
conforme plantou, acabei sentindo vergonha de mim mesma, acabei numa vala
vítima de quem queria calar a minha boca.
Como
estou? Depois de mais de trinta anos, caindo em mim finalmente que os erros
eram só meus e de mais ninguém, me
arrependendo deles, acabei concluindo que meu assassinato nada mais fora que
consequência dos meus erros e finalmente o ódio passara.
Então irmãos me
recolheram, e hoje após dez anos de tratamento, estudos e trabalho junto ao
próximo, estou aqui passando este relato.
Bendita
sejam as guerreiras anônimas da vida, aquelas que ninguém valoriza, ninguém
ouve, aquelas que são o porto seguro de todos que as procuram, bendita sejam.
Hoje trabalho muito para um dia poder retornar e ter a honra de ser uma delas, uma guerreira anônima, apenas o alicerce para aqueles que precisarem.
Passo a vocês este relato, por que nos dias de hoje, mais e mais, assistimos a desvalorização daqueles que, homens ou mulheres, se sacrificam em prol de um bem maior que é o cuidar daqueles que a vida lhes deu sob tutela.
ditado
por Zelda
psicografado
por Luconi
em
11-09-2014
Que maravilhosa essa mensagem,Luconi! Perfeitas palavras e sentido! bjs, tudo de bom,chica
ResponderExcluirLuconi, que msg mais emocionante! Uma lição pra todos nós! bjs,
ResponderExcluirEmocionante!!
ResponderExcluirLuconi, com todo respeito: caramba! Que texto lindo! Nossa, eu me lembrei tanto de minha mãe enquanto lia... ela foi uma anônima dona de casa e mãe, que não trabalhou fora para cuidar de nós, e que sempre fez o que pode para que tivéssemos o melhor...uma verdadeira lição de vida, seu texto. E psicografado! Incrível!
ResponderExcluirUm grande abraço, adorei ler!
ô amada, estou aqui numa emoção só... quanta beleza Deus nos envia... quanta luz, quanta bondade, juntas... bjuuu de tudo de bom sempre
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