Um espírito de grande sapiência reencarnou na Terra, escolheu viver entre os mais humildes e desvalidos da sorte.
Sua infância foi difícil, mal aprendeu a ler e a escrever, era muito amado pelos pais pobres na Terra, mas ricos em amor, como ele seus pais queriam fazer o resgate em aberto na pobreza.
No entanto, os pais cedo voltaram ao mundo espiritual, ele já homem feito casou-se, pouco tempo durou e o gosto do fel da traição experimentou, quase se perde pelo emocional, mas com o filhinho nos braços vai em busca de sorte melhor.
Dedica-se de corpo e alma a esse filho, que quando rapazote também parte para a espiritualidade. Nosso amigo não aguentou a dor pungente em seu peito, largou trabalho, abandonou a casinha pobre e pôs-se a caminhar pelas ruas da grande metrópole.
Apesar de sua grande dor, ele sempre tentava auxiliar os seus iguais, irmãos que nada tinham a não ser a vida. Tornou-se querido, ninguém o expulsava, ele era educado, pegava papelão para sobreviver, não pedia nada a ninguém, se tinha comia senão dormia com a barriga roncando.
Quantas vezes não dividiu seu mísero jantar com outro irmão? Quantas vezes não deu o jantar inteiro para uma criança e sua mãe? Quantas vezes perdeu-se a conta, tanto que ele já procurava vender mais papelão para poder comprar o jantar em dobro.
Um dia, um homem jovem, bem vestido, a ele se apresentou, havia ouvido falar do amigo que sempre auxiliava algum irmão e quis conhecê-lo, espantou-se com sua magreza e também percebeu que já não era jovem.
- Venha senhor, arrumo lugar num asilo, lá terá teto, comida, cama e assistência médica.
Ele se recusava, não queria aceitar.
Então, com a insistência do jovem homem, ele lhe respondeu:
- Meu amigo, vendo papelão, passo o dia catando e vendo, mas o que ganho não é suficiente, poderia então o amigo me arrumar um lugar de faxineiro, ajudante geral, não precisa registrar, mas teria um salário fixo.
O jovem homem, abanou a cabeça, prometendo voltar com novidades.
Passou-se dez dias, e o homem voltou, arranjara uma fábrica de tecidos pequena, para ele limpar, e nesta fábrica no fundo um quarto e um banheiro para ele morar, em troca um salário mínimo e uma marmita por dia.
Passou-se um mês inteiro e nosso amigo nem saía da fábrica, mas quando recebeu seu salário, passou a sair dia sim e dia não após o expediente, voltando um pouco tarde da noite.
O jovem homem ficou sabendo e então foi atrás dele, acabou vendo ele que parava e comprava alimentos, depois ia para debaixo do viaduto que era sua morada antes e lá distribuia com os que nada tinham conseguido durante o dia.
O jovem o abordou e lhe disse: Por que volta aqui, como vive se sei que dia sim e outro não o senhor vem distribuir alimento.
Meu amigo, venho um dia sim e outro não, por que o dinheiro do salário não dá para trazer alimento todo dia e mesmo assim como vê levo o mais barato. Vivo na fábrica, vivo da marmita uma vez ao dia e todo dia a secretária me dá um copo de café e eu compro um pãozinho, assim vou passando, só de domingo tenho que gastar comigo, não tem marmita, mas compro mais pães, que são baratos.
O jovem o olhava e se emocionava, e lhe perguntou:
Por que faz isso? O que sente pra fazer isso?
Por que faz isso? O que sente pra fazer isso?
O nosso amigo sorriu e lhe disse:
Perdi a todos que amei, perdi minha família de sangue, então aceitei a família que Deus me deu, aquela gente de debaixo do viaduto, são meus irmãos e irmãs, as crianças meus netos. Filho, não se dá a costa para ninguém da nossa família, principalmente quando nossa família foi Deus que nos deu, através de sua Paternidade, pois ELE Gerou a todos nós.
- Senhor, de agora em diante faço parte de sua família e não vou deixá-lo sozinho em sua luta, vamos hoje vou te apresentar onde trabalho três noites por semana, nosso grupo é chamado Anjos da Noite, e creia sua família que também é minha será assistida e o senhor ao invés de se alimentar só uma vez ao dia, poderá se alimentar normalmente com seu salário, pois lá o senhor trabalhará em prol de sua família.
A missão de nosso irmão estava cumprida, não tinha nesta encarnação nenhum saber, carregava apenas o amor que sentia por todos, este amor dizia a ele todos são seus irmãos e ele a todos abraçou, com boas palavras, com muito carinho e com o pouco que tinha materialmente.
Tornou-se o melhor conselheiro da equipe, se havia alguém teimando em não se refugiar no albergue ou se negando a ter assistência médica, ou a mãezinha que não aceitava deixar as crianças amparadas até conseguir emprego e poder ter um lar, bem todo caso difícil era só chamá-lo que ele carinhosamente devagar derrubava as barreiras.
Trabalhou arduamente por dez anos e depois como um passarinho dormindo voltou a verdadeira pátria.
Hoje ele já retomou consciência de todo o seu saber, mas jamais deixou de ser o amigo dos desvalidos da sorte e é como tal que trabalha, levando amor muito amor a todos encarnados e desencarnados.
Na Terra bem poucos lhe davam valor, um pobre coitado era como o definiam. Reflitam.
Ditado por Gilson Gomes
psicografado por Luconi
em 11-01-17
Maravilha e que bom existem esses anjos da noite que se dedicam tanto assim... Bela história e final! beijos,chica
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